Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), os tumores de cabeça e pescoço representam o segundo tipo de doença oncológica mais comum entre a população masculina e o quinto entre as mulheres.

Para alertar sobre formas de prevenção e tratamento da patologia, que atinge cerca de 500 mil pessoas no mundo a cada ano, criou-se o Julho Verde. Ação que conta com o apoio do da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da União Internacional para o Controle do Câncer.

Caracterizado por um conjunto de tumores que acometem a cavidade oral, além de faringe, laringe, seios paranasais, gandulas salivares e tireóide, o câncer de cabeça e pescoço tem como principais fatores de risco tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas e infecção pelo papiloma vírus humano (HPV).

Entre os tipos mais comuns estão os que surgem na camada de células mais superficiais da região, os carcinomas epidermóides ou escamosos. Também há tumores decorrentes de uma das várias glândulas salivares localizadas por todo o aparelho aéreo-digestivo.

De acordo com Rafaella Assunção, oncologista clínica do Centro Oncológico Mogi das Cruzes e membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, os sintomas variam de acordo com a localização do tumor. “Entre os principais estão rouquidão, disfagia – dor ao engolir –, nódulos de crescimento rápido na região do pescoço, ferimentos na cavidade oral de difícil cicatrização e sangramento nasal persistente”.

Sintomas e formas de tratamento

Diferente do observado em outros tipos de tumores, como o de mama e de próstata, os sintomas de câncer de boca e pescoço são pouco divulgados e conhecidos por boa parte da população.

A falta de informação sobre lesões persistentes nessa região do corpo e sua possível relação ao câncer de boca e pescoço podem levar ao diagnóstico tardio da doença, o que é um sinal de alerta para o sucesso do tratamento.

“Quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de cura”, reforça a especialista.

“O tratamento é realizado de acordo com o estadiamento da doença (avaliação da extensão da lesão ou lesões por meio da combinação entre exames físicos detalhados e exames de imagem) e variam entre cirurgia e associação entre radioterapia, quimioterapia e imunoterapia”, reforça Rafaella.

Contudo, ela frisa que apenas um especialista poderá conduzir a investigação para afastar ou confirmar qualquer diagnóstico e, dessa maneira, indicar o tratamento adequado de acordo com a idade, histórico médico e estágio do tumor.