Anualmente, cerca de um milhão de mulheres em todo o mundo descobre que está com câncer de mama, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, a cada ano são diagnosticados, em média, 31 500 novos casos da doença, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Um dos principais responsáveis pela mortalidade feminina, em especial no meio urbano, o câncer de mama hoje é visto como um inimigo que pode ser vencido, graças ao aprimoramento dos diagnósticos e aos tratamentos menos agressivos. Os hábitos preventivos, como o autoexame dos seios, aos poucos se difundem entre as mulheres e ajudam na detecção precoce do câncer. Quanto mais cedo o tumor for encontrado, maiores as possibilidades de um tratamento eficaz.
O mal
As causas para o aparecimento do câncer no seio ainda não são totalmente conhecidas. Sabe-se que a combinação de mutações genéticas, estilo de vida e influência ambiental pode levar, sem uma razão específica, a mudanças no funcionamento dos genes das células mamárias. Com isso, a dinâmica dessas células é alterada e elas passam a se multiplicar de maneira descontrolada. “Em média, são necessárias quatro ou cinco mutações em nossos genes para transformar uma célula mamária benigna e normal em câncer”, diz a oncologista Julie Gralow, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.
Você pode passar a vida inteira com uma mutação genética sem, necessariamente, desenvolver um tumor. O problema é quando ela ocorre em duas categorias específicas de genes: nos oncogenes, que são causadores de câncer, ou nos genes supressores de tumor, responsáveis por prevenir qualquer alteração no DNA e conter o crescimento celular descontrolado. O organismo se mantém sadio se os genes supressores de tumor vencem a batalha contra os oncogenes. O câncer é, justamente, a inversão dos resultados dessa guerra.
Por isso, fazem parte do grupo de risco mulheres que estão sob uma exposição mais longa à ação do estrógeno: aquelas que tiveram sua primeira menstruação muito cedo e entram tardiamente na menopausa, as que engravidaram pela primeira vez depois dos 30 anos ou, ainda, as que chegam à meia-idade sem filhos. O amadurecimento total das células mamárias só ocorre com as mudanças orgânicas trazidas pela gravidez e pela amamentação.
O estilo de vida também desempenha um papel importante. Alimentação com base em comidas gordurosas e carnes vermelhas e sedentarismo também propiciam o aparecimento do câncer. Mas as células malignas não escolhem este ou aquele organismo para aparecer e se alastrar. Mesmo mulheres com risco zero podem desenvolver câncer de mama. Uma das explicações para isso seria a herança familiar: genes modificados que passam de pais para filhos.
Entre 5% e 10% dos casos são hereditários. Aqui cabe uma ressalva: apesar de ser considerado uma doença tipicamente feminina, o câncer de mama atinge cerca de 1% de todos os homens do planeta. Outros tantos, mesmo sem apresentar a doença, são portadores de mutações nos genes que levam ao câncer e podem passá-los aos filhos e filhas. No início da década de 1990, os cientistas identificaram dois desses genes: o BRCA 1 e o BRCA 2 (a sigla vem de breast cancer, que quer dizer “câncer de mama”, em inglês). Ambos atuam como supressores de tumor, consertando alterações no DNA. “São dois dos maiores genes do genoma humano e as proteínas que fabricam interagem com vários outros produtos da célula”, diz o geneticista Carlos Moreira Filho, da Universidade de São Paulo.
Com a ajuda de técnicas de biologia molecular, Carlos estuda as alterações no BRCA1 e no BRCA 2 – no total, são mais de 1 000 mutações possíveis em cada um deles. Todo ser humano traz, nas células somáticas, duas cópias de cada um dos genes BRCA. Se você já nasce com uma cópia modificada, qualquer mutação ao acaso na cópia sadia poderá levar ao câncer. “Se a mulher nasce com uma cópia alterada de um desses genes tem 82% de chances de desenvolver a doença até os 70 anos”, diz Carlos. “Mas isso pode acontecer bem antes, porque uma das características do câncer de mama hereditário é a precocidade.”
Fonte: www.super.abril.com.br
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