O mês de setembro recebe a cor verde para alertar as pessoas quanto à importância da prevenção do câncer de intestino ou câncer de colorretal.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, o INCA, o Brasil deve registrar cerca de 44 mil novos casos da doença no próximo triâneo, entre 2023 e 2025, 70% dos diagnósticos estão concentrados nas regiões sul e sudeste do país.

Casos recentes como da cantora Pretagil e também do Pelé chamaram ainda mais a atenção das pessoas para esse tipo de câncer.

A Rafaella de Assunção, oncologista clínica do Centro Oncológico de Mogi das Cruzes, explica que o câncer de intestino ou câncer colorretal é uma doença multifatorial, então sofre influências genéticas e ambientais muito fortes, bem como de fatores comportamentais dos hábitos de vida.

Pessoas que têm um aumento de consumo de alimentos ultraprocessados, aumento do tabagismo, do etilismo, sedentarismo, são fatores que contribuem para o aumento do diagnóstico do câncer colo retal.

Na parte do diagnóstico de câncer, os pacientes são assintomáticos, por isso a importância da realização do exame de rastreio, uma vez que o paciente com doença na fase inicial, tem mais chances de cura.

Os principais sintomas de um câncer de intestino ou câncer colorretal é o sangramento nas fezes.  Associado a isso, o paciente pode ter uma mudança do hábito intestinal, tanto para a constipação, quanto para a diarreia, pode ter uma perda de peso inexplicada, uma anemia que não melhora do abdominal e, em alguns casos, dá até a presença de uma massa abdominal palpável no abdome, que é em casos mais avançados.

A colonoscopia é o principal exame para o rastreamento para esse tipo de câncer. De acordo com dados do Ministério da Saúde do Brasil, o rastreio do câncer de intestino ou câncer colorretal deve ser realizado a partir de 50 anos com a realização da pesquisa do sangue oculto nas fezes.

Porém, segundo a oncologista clínica do Centro Oncológico Mogi das Cruzes, as sociedades brasileiras, tanto de cirurgia oncológica quanto de oncologia clínica e de gastroenterologia, preconizam que o melhor exame para o rastreio do câncer de intestino ou câncer colorretal deve ser realizada a partir de 45 anos para pessoas que não têm nenhum fator de risco.

Já para quem tem histórico familiar da doença, a colonoscopia deve ser realizada aos 40 anos ou 10 anos antes da idade do paciente mais jovem da família tinha quando descobriu a doença.

A maioria dos casos não. Apenas cerca de 5 a 10% dos casos câncer de intestino ou câncer colorretal estão associados com síndromes hereditárias.

Destas, as mais comuns são as síndromes de Lynch, da polipose intestinal e da polipose adenomatosa familiar (PAF).

Mas essas síndromes, respondem por um pequeno percentual. A maioria dos casos de câncer colo retal está  associada com fatores não hereditários, provenientes ao estilo de vida e alimentação.

Dados da Organização Mundial da Sáude (OMS) estimam que 59% dos casos de câncer de intestino ou colorretal na faixa etária entre 50 e 75 anos.

Porém, segundo a Dra. Rafaella de Assunção cada vez mais, pacientes jovens, com idade inferior a 50 anos, estão recebendo o diagnóstico.

Isso, possivelmente, devido ao estilo de vida adotado.

O tratamento o câncer de intestino ou câncer colorretal é bem individualizado. Depende do estadiamento e da localização do tumor. Se ele está na porção mais alta do intestino, se ele está na porção mais baixa do intestino, se a doença é localizada ou se já é uma doença metastática. Para pacientes que possuem uma doença localizada, no geral, o primeiro tratamento é a cirurgia, depois é avaliado a necessidade de quimioterapia. Para tumores que se localizam na parte mais baixa do intestino, no reto, é avaliado também  a necessidade de radioterapia, então depende muito do estágio, do tumor e da localização.

É  um tumor que tem uma alta mortalidade, principalmente pela descoberta em estágios mais avançados, que diminui as chances de cura.

Por isso, é muito importante manter exames de rotina com freqüência e hábitos de vidas saudáveis, com a melhor alimentação, consumo de fibras, verduras e  de frutas, bem como a diminuição do consumo de carnes processados e de carnes vermelhas.

É importante praticar atividades físicas, redução do tabagismo, do alcoolismo, que são fatores de risco bem consolidados para a doença.