DST´s como Hepatite B e HPV podem evoluir para diversos tipos de câncer como colo de útero, pênis, reto e fígado

O sexo casual sem o uso de preservativos é cada vez mais frequente entre os jovens. Dados do Ministério da Saúde, divulgados em 2017, mostraram que somente 56,6% dos brasileiros entre 15 e 24 anos usam camisinha com parceiros eventuais. No Carnaval, esse comportamento considerado de risco pelo Ministério, é ainda mais comum deixando homens e mulheres desprotegidos contra diversas Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST´s) como o HPV (Papiloma Vírus Humano) e a Hepatite B.

O uso da camisinha em todas as relações sexuais protege ainda de outras DST´s como o HIV/Aids, Sífilis, Gonorréia e Herpes que, junto com o HPV e a Hepatite B têm crescido entre os jovens brasileiros. O preservativo ainda ajuda a prevenir de uma gravidez indesejada.

“Algumas DST´s são oncogênicas, o que significa que existe um risco de desenvolver câncer a partir delas. O HPV, por exemplo, pode causar câncer de colo de útero, reto, pênis e até de boca; e a Hepatite B pode levar a um câncer de fígado. Nos dois casos, nem sempre a doença apresenta sintomas, tornando o diagnóstico é um pouco mais difícil”, explica o diretor clínico do Centro Oncológico Mogi das Cruzes, Flávio Isaias Rodrigues. “Por isso, o uso do preservativo em todas as relações é muito importante”, completa.

HPV

O HPV é um vírus com mais de 200 tipos de variação, sendo pelo menos 13 delas consideradas oncogênicas. É transmitido na maioria dos casos pelo contato sexual. Em geral, não há sintomas, mas pode acontecer de a pessoa ter verrugas e feridas na área genital. De acordo com dados Ministério da Saúde 54,6% dos casos de HPV estão entre os jovens de 16 a 25 anos. Desse total, 38,4% são de tipos de HPV de alto risco para o desenvolvimento do câncer.

Hepatite

A Hepatite B, além do contato sexual também pode ser transmitida por transfusão de sangue e compartilhamento de material injetável contaminado, como seringas e agulhas. Os sintomas da doença podem aparecer cerca de dois meses após o contágio, mas são facilmente confundidos com outras patologias do fígado, pois pode ocorrer cansaço, tontura, febre, perda de apetite  e icterícia (amarelamento da pele).

Prevenção

Além do uso da camisinha em todas as relações sexuais, há vacinas para prevenir o HPV e a Hepatite B, ambas no calendário nacional de vacinação. No caso do HPV, o público alvo são meninas entre 9 e 13 anos e meninos de 12 a 13 anos. Já a vacina de Hepatite B é disponibilizada em três doses para recém-nascidos e para adultos que atuam em contato com sangue como médicos, dentistas, paramédicos ou em tratamento de hemodiálise.