Estimular o próprio organismo a produzir anticorpos para que ele mesmo seja capaz de combater as células cancerígenas é o princípio da imunoterapia ou terapia molecular.

Nos demais tratamentos contra o câncer, há a ação pontual e externa (por meio da quimio e da radioterapia) para atacar as células que formam o tumor. Já na imunoterapia, o corpo recebe recursos químicos para identificar as células cancerígenas, atacá-las e inibir a sua proliferação.

O câncer ocorre quando há uma mutação das células e elas passam a apresentar um comportamento diferente das demais, seja se dividindo mais rapidamente ou se mantendo no organismo por mais tempo, contrariando o tempo padrão de renovação celular.

Em resumo, a medicação imunoterápica faz com que as defesas do organismo se tornem capazes de detectar e combater a doença.

“Os remédios conseguem demonstrar para o sistema imunológico que a célula de câncer não é normal. É um corpo estranho, que sofreu mutação genética e não deveria estar ali”, explica o cirurgião torácico, Aurelino Schmidt Junior.

Ele ainda afirma que o tratamento, que não substitui a radioterapia, a quimioterapia e a cirurgia, tem mostrado resultados satisfatórios no tratamento contra o câncer de pulmão, considerado um dos mais letais. “Todos esses recursos devem ser empregados para oferecer melhora na qualidade de vida e na busca da cura do paciente oncológico”.

 

De acordo com estudos publicados, a terapia molecular vem apresentado resultados mais positivos em alguns tipos de tumor, com destaque para o renal, de pulmão e o melanoma.

Contudo, é sempre importante observar o estado clínico geral do paciente e o momento do tratamento em que ele se encontra. Assim como a radioterapia e a quimioterapia, a imunoterapia pode provocar reações adversas distintas, que varia de pessoa para pessoa.

 

Com base nessa informação, somente o oncologista responsável com base em exames clínicos e de posse do histórico médico do paciente pode avaliar se a terapia molecular é indicada.

Imunoterapia no Alto Tietê

A imunoterapia é um recurso relativamente novo. Seus resultados mais expressivos, como coadjuvante no tratamento oncológico, começaram a ser registrados em 2009.

No Brasil, ela foi introduzida há cerca de cinco anos e a tecnologia empregada aqui é a mesma encontrada em centros internacionais.

“Com respostas positivas e promissoras, esse tipo de terapia é considerada um recurso a mais para melhorar a qualidade de vida e, desta maneira, proporcionar um tratamento humanizado aos pacientes que travam a batalha contra o câncer”, explica Alvaro Otavio Isaias Rodrigues, diretor administrativo do Centro Oncológico Mogi das Cruzes, onde o tratamento também é oferecido.